CEDEAO@50: UA, NIGÉRIA, ONU e diplomatas mundiais aclamam a CEDEAO como modelo africano de integração regional numa conferência de mesa redonda de alto nível em Lagos, Nigeria

Em comemoração do seu 50º aniversário, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Comissão da CEDEAO), em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, organizou uma importante conferência de mesa redonda sobre “A CEDEAO, UM MODELO AFRICANO @ 50: RESILIÊNCIA E PERSPECTIVAS FUTURAS”, no dia 28 de maio de 2025, no Instituto Nigeriano de Assuntos Internacionais (NIIA), em Lagos.

O encontro histórico reuniu eminentes estadistas, altos funcionários do governo, membros do corpo diplomático, académicos e líderes da sociedade civil para refletir sobre a jornada de cinco décadas da CEDEAO e traçar o caminho a seguir. Num momento pungente e simbólico, o General Yakubu Gowon, antigo Chefe de Estado da Nigéria e o único pai fundador sobrevivente da CEDEAO, agraciou a ocasião.

Os membros do painel participaram num diálogo sólido sobre temas-chave como a segurança regional, a integração económica, a consolidação democrática, a capacitação dos jovens e o futuro do multilateralismo na África Ocidental. Os oradores sublinharam a necessidade de uma vontade política renovada, de uma governação inclusiva e de uma visão reimaginada da integração que reflicta as aspirações dos cidadãos da África Ocidental. O evento serviu também como uma oportunidade para prestar homenagem ao legado de mediação e construção da paz da CEDEAO, desde a Libéria e Serra Leoa até ao Mali e Gâmbia, e para reconhecer o papel vital da Nigéria como Estado membro fundador e líder.

Falando na mesa redonda comemorativa, S. Exa. o Dr. Omar Alieu TOURAY, Presidente da Comissão da CEDEAO, enfatizou a necessidade urgente de unidade para enfrentar a insegurança e a instabilidade na região.

“Nenhuma nação pode combater a insegurança sozinha. Só o podemos fazer através da colaboração. É necessário que trabalhemos em conjunto. A nossa resposta deve estar de acordo com as ameaças que enfrentamos. Se a CEDEAO não estivesse connosco, teria sido inventada porque a CEDEAO é necessária. A CEDEAO não pode ser substituída porque, apesar de todos os nossos desafios, a CEDEAO continua a ser um modelo de Comunidade Económica Regional no continente africano”.

O Dr. Touray também revelou planos para uma Cimeira Especial sobre o Futuro da CEDEAO, com o objetivo de refletir sobre as realizações da organização nos últimos 50 anos e traçar um caminho claro e visionário para o futuro.

Exa. a Embaixadora Bianca Odumegwu-Ojukwu, Ministra de Estado dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, reflectiu sobre o notável percurso da CEDEAO. “Este fórum deu-nos a oportunidade de avaliar criticamente o papel da CEDEAO na manutenção da paz, na integração económica e na governação democrática, ao mesmo tempo que enfrentamos desafios emergentes como a instabilidade política e as disparidades económicas. A CEDEAO deu contributos significativos para a manutenção da paz, a integração económica, a harmonização das políticas sectoriais e a promoção da governação democrática para reforçar a solidariedade regional”

A Vice-Presidente da Comissão da União Africana, S.E. Embaixadora Selma Malika HADDADI, elogiou a CEDEAO como a referência do continente em matéria de integração regional.

“Quando se trata de avaliar as realizações da CEDEAO aos 50 anos, posso dizer confortavelmente que aquilo que os pais fundadores da União Africana previram alcançar é precisamente o que a CEDEAO conseguiu alcançar em termos do nível de integração, da livre circulação de pessoas, da união aduaneira e da união monetária – todos estes elementos são precisamente o que procuramos enquanto organização continental. A CEDEAO é frequentemente utilizada como referência quando debatemos na União Africana as Comunidades Económicas Regionais e a forma de financiar a União através da taxa comunitária que a CEDEAO já implementou.”

Leonardo Santos SIMÃO, Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e Chefe da UNOWAS, elogiou a diplomacia paciente da CEDEAO e os esforços de mediação para restaurar a unidade na região, descrevendo esse progresso como uma marca de uma organização madura e resiliente.

“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para elogiar e saudar os passos dados até agora pela CEDEAO, através de um diálogo pacífico e constante e da mediação com os três países que abandonaram a CEDEAO com o objetivo de os reunir à Comunidade. Esta é uma conquista que só uma organização madura como a CEDEAO pode alcançar.”

Exa. o Sr. Jean-Claude Kassi BROU, antigo Presidente da Comissão da CEDEAO, celebrou os marcos infra-estruturais e económicos da CEDEAO, incluindo o Grupo de Energia da África Ocidental (WAPP) e os projectos de corredores transformadores como Lagos-Abidjan e Dakar-Lagos. Acrescentou que as intervenções de paz da CEDEAO na Serra Leoa, Libéria e Gâmbia sublinham o seu papel fundamental na estabilidade regional.

Nas suas observações, o antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria e Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nigeriano de Assuntos Internacionais salientou a posição consistente da CEDEAO contra mudanças inconstitucionais no governo, a sua promoção da democracia e as suas reformas económicas através da liberalização do comércio e da Pauta Externa Comum. Ecoando o apelo para um progresso acelerado, Aminata TOURÉ, antiga Primeira-Ministra do Senegal, enfatizou a necessidade de abordar urgentemente o desemprego dos jovens, a pobreza e a marginalização das mulheres para garantir um desenvolvimento regional inclusivo.

No momento em que a CEDEAO completa 50 anos, o consenso dos líderes regionais e internacionais é claro: a CEDEAO continua a ser a pedra angular da unidade africana, da transformação económica e da paz. O seu percurso, embora não isento de desafios, continua a inspirar o continente e o mundo.